terça-feira, 22 de novembro de 2016

Porque estudar Gramática? Um estudo de caso em uma Escola do Rio de Janeiro




Em primeiro lugar, temos que fazer um agradecimento formal aos donos desse blog que nos concedeu esse espaço para falarmos de um assunto ligado ao ensino. E isso tem um motivo: A intenção é criar espaços de debate, nada melhor do que usar um que já possuí alguns seguidores, apesar de não se tratar do tema. 


1. A Gramática. 

A Gramática é o conjunto de normativas utilizadas em determinada língua, que se formam e encadeiam para enunciar determinado sentido. O uso dessa é de suma importância não apenas para o uso formal da língua, mas igualmente para a padronização e normatização dessa, visando – nos dias de hoje – a perfeita compreensão da língua em todo o território de determinado país.

A Gramática nasceu na Grécia Clássica, no século V a.C., como uma parte da filosofia – contudo, inicialmente, não foi feito nenhum tipo de esquematização ou, ainda, registro da regra escrita. Foi no decorrer da Idade Antiga que essa foi, pouco a pouco, se desenvolvendo.É preciso situar a gramática de acordo com o seu próprio tempo. Um exemplo é durante a formação dos Estados Nacionais: a gramática teve papel fundamental na formação e estabelecimento desses ideários de nação.

O exemplo brasileiro apresenta exatamente como o uso da gramática pode estar defasado e anacrônico. Diversas críticas foram feitas contra o modo como essa era ensinada nas escolas. Dentre outras, as principais observações seriam as seguintes:

 - indefinição quanto aos objetivos de ensino de gramática;
- crença na superioridade da norma culta;
 - ênfase dada às regras de exceção com o conseqüente menosprezo pelas regularidades da língua;                                                                                                                                

Destarte, afirma Perini, “Os alunos tendem a desencantar-se de uma disciplina que só tem a oferecer-lhes um conjunto de afirmações aparentemente gratuitas e sem grande relação com fatos observáveis” (2000:5). Logo, a gramática assumiu, no Brasil, um papel de normatizador, mitigando as diferenças culturais e criando obstáculos no próprio aprendizado do aluno – que a vê como algo totalmente fora da sua própria realidade.

Assim, levando em conta os diversos usos que a gramatica teve, de acordo com sua própria temporalidade, o trabalho aqui apresentado tem como objetivo indagar, através de uma pesquisa feita em um colégio do Rio de Janeiro, a forma a qual o ensino de Gramática é visto.


2.  A pesquisa

Além de uma discussão teórica sobre a gramática e seu advento, nos propomos a discutir com alguns alunos de uma escola particular no Rio de Janeiro. Para esse objetivo, um formulário foi elaborada com a pretensão de receber as mais diversas opiniões sobre o ensino de gramática nas Escolas.  A pesquisa foi realizada durante as monitorias de Gramática para turmas do Primeiro, Segundo e Terceiro anos do Ensino Médio. Por questões de privacidade, os nomes da Escola e dos Estudantes serão preservados.

Antes de entrarmos no resultado da pesquisa, alguns dados precisam ser expostos:

1                      .       A pesquisa foi realizada por 17 estudantes. Sendo:
    a.       13 mulheres
    b.      4 homens

2                      .       A faixa etária correspondente era:
    a.       14 anos – 1
    b.      15 anos – 2
    c.       16 anos – 6
    d.      17 anos – 8

3                      .       A subdivisão entre os segmentos do ensino médio eram de:
    a.       3  Estudantes do Primeiro Ano
    b.      1 Estudante do Segundo Ano
    c.       13 Estudantes do Terceiro Ano

As perguntas do formulário foram de caráter totalmente quantitativo, onde o aluno deveria escolher entre 0 e 10. Sendo 0 o menor valor e 10 o maior valor. As questões foram:

            1. De 0 a 10, o quanto é possível separar a disciplina do professor que a ministra? ( 0 =Impossível // 10 = Extremamente Possível)
               2.  O quanto importante você acha que é ter disciplinas de gramática no currículo básico escolar? ( 0 = Nada Importante // 10= Muito Importante)
                3.   O quão satisfeito você está com o Ensino de Gramática? ( 0 = Nada Satisfeito // 10 = Muito Satisfeito)



Após essas perguntas, foi aberto um espaço onde os alunos poderiam colocar  alguma sugestão para um melhor aproveitamento  do ensino da Gramática em Sala de Aula. 


3. O Resultado da Pesquisa:

De inicio, apesar do pouco espaço amostral, alguns padrões puderam ser observados. O primeiro deles diz respeito a dificuldade de desassociar a disciplina do professor que a ministra. Dois 17 alunos que responderam, 4 julgaram impossível e 2 julgaram extremamente possível. A média desse resultado foi 3,64.

Um outro padrão foi percebido: Os alunos apontavam para o quanto é importante ter a disciplina de Gramática nas Escolas (Média de 9,6). No entanto, parece que existe uma problemática em torno da forma em que essa disciplina é ministrada:  Com uma média de 4,17, os alunos apontaram um total desagrado com a perspectiva pedagógica adotada na disciplina. Isso nos deixa futuros questionamentos que podem ser futuramente analisados, como por exemplo, estaria essa percepção sobre o ensino da gramática atrelada a uma defasagem com essa nova geração ou com uma discordância metodológica com o professor?

No anexo seremos capazes de observar melhor as notas e vermos alguns comentários de alunos

quinta-feira, 19 de maio de 2016

[Crítica] Game of Thrones S06XE04 : Book of Stranger | Com spoilers


Nesse quarto episódio enfim  a temporada começa a ganhar uma dinâmica própria, avançando em pontos importantes no roteiro e solidificando um clímax redefinidor por vir. Se até então, os episódios estavam arrastados e com pouca efetividade narrativa, nesse capítulo a situação se inverte e o potencial narrativo da série é elevado e alcança o formato ideal. Todos os núcleos narrativos abordados ganham dinamicidade e apresentam um desenvolvimento a ser considerado.

Em Castleblack, vemos um Jon Snow, que cada vez mais nega seu papel de herói, reencontrando sua irmã, Sansa. O amadurecimento da personagem é notável e ela passa a assumir um papel determinante ao convencer Snow a declarar guerra aos Boltons (Sem dúvidas, a carta enviada informando que Rickon está feito refém colabora no convencimento. A batalha pelo norte também será pela honra dos Starks).

O núcleo de Theon aborda seu retorno as Ilhas de Ferro e a receptividade extremamente negativa de sua irmã que acredite que ele veio reivindicar o trono mesmo após tanto tempo afastado. No entanto, o que ele pretende é apoiar sua irmã e a encoraja a assumir o reino. O que nos aguarda? Será que os ironborn vão ajudar Jon e Sansa a retomarem Winterfell?

Em Meereen, Tyrion cada vez mais avança nos trâmites políticos locais, apresentando uma maneira controversa de lidar com o poder. Tendo como objetivo enfraquecer os Filhos da Harpia, o anão propõe um acordo com os Mestres da Baía de Escravos dando um tempo de sete anos para eles acabarem com a escravidão desde que deixassem de apoiar os inimigos de Imp.

O grande destaque do episódio fica por conta de Daenerys. Com a ajuda de algumas Dosh Kalen, ela coloca em chamas uma cabana onde estava presente o Khal e seus principais aliados, levando todos a morte. Sua imunidade a chamas a salva e ela ressurge, nua, das chamas, marcando seu renascimento e conquistando a confiança dos Dothraki. Será que ela formara um grande exército de Imaculados e Dothraki´s e marchará em Westeros? Sem dúvida, é algo em potencial. Vale ressaltar que a estética e linguagem  utilizada  é bem próxima da famosa cena em que a Mãe dos Dragões sai da fogueira com seus filhos.


No geral, como salientado anteriormente, Book of the Stranger conta com uma narrativa dinâmica e foge da lentidão, apresentando desfechos e desenvolvimentos que colocam os personagens em novos rumos e tramas.  Nesse episódio, enfim, a série parece ter alcançado um ritmo ideal não apenas por causa dos acontecimentos explosivos , mas sim pela maneira a qual as narrativas foram desenvolvidas. 

quarta-feira, 11 de maio de 2016

[Crítica] Game of Thrones S06xE03: Oathbreaker | Com Spoilers


O terceiro episódio da atual temporada de GOT, mais uma vez, repetiu os mesmos erros do final da quinta temporada e do primeiro episódio da sexta. De maneira lenta e pouco fluída, as tramas vão sendo aos poucos aprofundadas e começam a se encaminhar para um clímax redefinidor. Talvez essas dificuldades em estabelecer uma dinâmica narrativa têm como motivo o grande número de personagens bem como também a complexidade de seus núcleos.  

No entanto, algumas opções da equipe criativa da série também são questionáveis e atrapalham o ritmo da série. Por exemplo, os núcleos narrativos de Sam e de Arya (exibidos nesse capitulo) são arrastados, lentos e pouco parece contribuir para o desenvolvimento dos personagens. Seria realmente necessário abordar dessa maneira? Além disso, a narrativa deles leva a outro problema: Quanto mais a série se encaminha para um clímax, mais esses personagens parecem se distanciar dele. 

Por sorte, a série tem tanto erros como acertos. Quatro núcleos narrativos merecem destaque: o de Jon Snow, Bran com seus poderes de warg, Ramsay Bolton e seu crescimento exponencial como antagonista e a trama envolvendo Cersei, Tommen e o High Sparrow. 

A história de Jon Snow chegou ao atual episódio em um momento decisivo: Ele retorna em vida com as lembranças de sua vida passada, executa os conspiradores e seus assassinos e abando a Patrulha da Noite. Desde a primeira temporada, a narrativa de Snow tem sido em torno dos dilemas e desafios da Muralha. E agora? O que será do personagem?

O núcleo de Bran tem uma função fundamental para a série: Amarrar narrativas e fatos do passado ao desenvolvimento da trama da série.  No atual episódio, a batalha na Torre da Alegria entre Ned Stark e Arthur Dayne foi apresentada de maneira brilhante. Os atores foram bem escolhidos e a coreografia da batalha perfeitamente elaborada.  O que a Kingsguard estava “protegendo”? Será Lyanna e seu filho? Será que a teoria L+R = J será confirmada? Provavelmente, o desfecho ficou para o capítulo seguinte.

A cada episódio que passa, Ramsay consolida cada vez mais seu papel de principal antagonista da série. Dessa vez, a casa Umber (aliada histórica dos Stark) entrega o jovem Rickon Stark para R.Bolton. No entanto, cada vez mais podemos perceber que a trama envolvendo uma possível guerra dos Bastardos avança. A narrativa ao norte parece ter um caminho já delineado.
Por último, temos o exemplo perfeito da condução de um núcleo de maneira fluida e dinâmica: Os confrontos envolvendo Tommen, Cersei e Jaime com o High Sparrow.  Seguindo de maneira acelerada, sem arrastar e nem atrasar o desenvolvimento da trama, observamos nesse capítulo o Rei confrontando o alto pardal. Sem dúvidas, esse confronto vai se configurando como um dos pontos altos da série.


No geral, temos nesse capitulo um esfriar no acelerado episódio anterior.  Apesar dos problemas com os núcleos de Arya, Daenarys e Sam, a trama avança em alguns pontos primordiais promovendo uma mudança gigantesca na narrativa de Jon Snow e nos deixando cada vez mais curiosos para descobrir o futuro da trama. Vamos aguardar os próximos episódios!

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Sessão Nostalgia #1 : Marvel Ultimate Alliance (Xbox/360/PS2/PS3)



Bom galera, hoje damos início à nossa coluna "Sessão Nostalgia". Nela iremos falar sobre jogos mais antigo que nos marcaram ou que adoramos bastante em nossa vida de jogatinas. O primeiro game, nem tão antigo assim, é Marvel Ultimate Alliance, lançado para Xbox, Xbox 360, PS2 e PS3. Confira um pouco sobre o jogo abaixo:


Lançado em 2006 tendo a Raven Software como desenvolvedora, MUA era uma mescla de jogos de RPG de Ação (estilo Diablo) com os personagens da Marvel. E como tinha personagens.  Para ser mais exatos, 25 personagens jogáveis fora os exclusivos de cada console. Além disso, a possibilidade de customização de Uniformes e também a construção do Personagem fortalecem os elementos de RPG do game, sem falar dos finais alternativos que aumentam o replay do game.

O jogo se inicia com um ataque do Dr.Doom e do Masters of Evil ao Heliporto comandado por Nick Fury, revelando um plano do Doom para estabelecer seu governo sobre a Humanidade.  A partir desse, a trama do jogo começa a se desenvolver de maneira clara e atraente com inúmeras referências aos quadrinhos. Em cada fase, o jogador escolhia quatro personagens, controlava um, mas poderia alternar entre os outros. Caso formasse certos grupos (Vingadores, Defensores e etc.), a equipe ganhava bônus em seus atributos ou skills.

A jogabilidade do game é dinâmica e, apesar da ação desenfreada, dificilmente nos perdemos em tela devido ao bom sistema de câmera.  As diferentes características de cada herói torna interessante o processo de montar uma equipe que se adeque bem aos desafios da fase. Existem heróis bons para TAM, ataques à distância, suporte, enfim, uma variedade de personagens que fortalece o lado estratégico do game.


No geral, temos em MUA um excelente jogo, com um bom replay, capaz de agradar os fãs mais exigentes do gênero do jogo e deixar os olhos brilhando daqueles que amam os quadrinhos da Marvel.  Com uma jogabilidade simples e atrativa e um multiplayer divertido, esse é um jogo que vale a pena ser jogado novamente. Sem dúvidas, um dos melhores jogos de super heróis de todos os tempos. 

quarta-feira, 4 de maio de 2016

[Crítica] Game of Thrones 6x02: Home | Com Spoilers






De imediato, uma coisa deve ser afirmada: Esse segundo episódio retoma um ritmo acelerado e funciona como conclusão de algumas narrativas deixadas em aberto. Além disso, temos nesse capítulo o “verdadeiro” inicio da sexta temporada com acontecimentos marcantes que irá dar uma nova roupagem a algumas histórias e redefinir outras.

A estrutura narrativa apresentada nesse episódio repete a fórmula do episodio anterior: Pequenos núcleos abordando os personagens e avançando pouco-a-pouco na narrativa. Ora, tendo em vista o enorme número de personagens da série, essa metodologia é eficiente em sistematizar melhor a história e garante que a dinâmica do episódio não seja perdida, além de tornar os episódios cada vez mais claros.

O primeiro que merece ser destacada é o de Bran.  Após ficar sumido da temporada passada, o personagem retorna mais fortalecido e com seus poderes de Warg mais desenvolvidos, apresentando a possibilidade de retornar ao passado. Aliás, é uma excelente possibilidade de apresentar acontecimentos do passado e amarrar algumas histórias e, quem sabe, até confirmar a teoria L+R = J?

Outro núcleo que merece destaque e ser mencionado é o referente à Tyrion. Em uma belíssima cena, o querido anão liberta os dragões das correntes que os prendiam. Tal cena reforçou ainda mais as teorias que apontavam que um dos dragões seria do Imp. Além disso, são retratadas as dificuldades que ele tem enfrentado com a ausência de Daenerys.

Para além desse núcleo, a aparição de Ramsay Bolton também merece destaque. Aos poucos, o personagem vai assumindo o papel de Joffrey como antagonista e personagem mais odiado da série.  Nesse episódio, ele mata seu pai, joga seu irmão recém-nascido aos cães e assume o poder.  É também perceptível o desenhar de um possível conflito envolvendo um cerco a Castle Black.

Por último, mas nem de longe menos importante, temos a cena tão aguardada e esperada, apesar de previsível: A volta de Jon Snow. Acho que 9 entre 10 fãs não achariam que a cena fosse ocorrer tão rapidamente. Aliás, que cena bem construída.  Ser Davos pede para Melisandre – abalada por falhar em suas profecias - usar seu conhecimento e tentar trazer Jon do mundo dos mortos.  Após a tentativa de ressurreição, temos uma tomada de imagens com o objetivo de aumentar ainda mais o suspense.  Até que temos, enfim, o despertar de Jon Snow, finalizando o episódio.  Além dos já citados, tivemos aparições de Jaime confrontando o alto Septão, Euron Greyjoy matando Balon e Brienne sendo jurada por Sansa.


Com maior dinâmica, mais profundidade e com desfechos fundamentais, de longe, o segundo episódio da temporada é superior ao primeiro. Seus acontecimentos redefinidores concluem histórias deixadas em aberto e dão inicio a novos desenvolvimentos e possibilidades de narrativas.  Algumas expectativas nos norteiam para a continuidade da aventura: Que acontecimentos do passado serão revelados e de que maneira eles se ligarão com a atual história?  Como Jon Snow voltará e qual será a reação dos habitantes da muralha?  Como será a relação de Cersei com Tommen?  Qual o grande plano de Ramsay? Resta-nos aguardar os próximos episódios.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

[Crítica] Capitão América: Guerra Civil | SemSpoilers



Pela primeira vez, a Marvel produz uma complexidade narrativa apresentando consequências dos atos e ofícios de ser um herói, explorando um conflito ideológico em torno de noções de Justiça e Liberdade entre os dois principais heróis de seu Universo cinematográfico.  Essa história não poderia ser apresentada com a estética costumeira dos filmes anteriores. Guerra Civil é o filme mais sombrio e maduro de toda a empreitada da Marvel nos cinemas, com uma enorme densidade narrativa e relações complexas entre os personagens.

Tendo como base o arco idealizado por Mark Millar, a trama se inicia com uma missão fracassada comandada por Rogers. Para explicar os motivos que levam o Secretário Ross a propor um polêmico tratado que tinha como objetivo submeter os heróis a ONU, o filme retoma os acontecimentos e mortes provocadas pelos Vingadores ao longo do Universo Cinematográfico da Marvel.  Nesse filme, a necessidade de lidar com as consequências de seus atos e de que maneira atuar a partir desse momento em diante divide Stark e Rogers, com o Homem de Ferro assumindo a perspectiva de defesa do Tratado e o Capitão sendo contrário. As motivações são bem apresentadas, complexas e fogem de uma perspectiva de Bem x Mal.

Um elogio deve ser feito aos Irmãos Russo: A habilidade em lidar com múltiplas perspectivas, narrativas e personagens é realizada de maneira impecável, tanto no desenvolvimento da trama quanto nas cenas de ação. Aliás, os combates estão espetaculares. Em nenhum momento o espectador se perde nas cenas que alternam belos movimentos e diálogos cômicos.  O já conhecido confronto no Aeroporto é um dos pontos altos da trama. Mesmo com o elevado número de personagens, os poderes são bem explorados e a ação é bem dividida entre os personagens.

Diferente do imaginado, em nenhum momento o filme deixa de ser sobre o Capitão América. Não, não é um terceiro filme dos Vingadores. É um terceiro filme do Capitão América. Uma continuação direta do Soldado Invernal. Extremamente organizado, bem dividido e coeso, o roteiro não dá brechas para que o plot e o desenvolvimento da trama envolvendo diversos personagens retire o protagonismo de Steve Rogers.  

Tendo isso em mente, não se pode isolar Guerra Civil do restante do Universo Marvel, pelo contrário, fica claro que seu impacto será visto por toda essa terceira fase.  Nesse sentido, são três caminhos trilhados por esse filme: O primeiro deles, como já afirmado, é dar continuidade à trama iniciada no Soldado Invernal, transformando Bucky no ponto central da trama e dando passos na construção do personagem. O segundo deles é preparar terreno para os novos personagens do Universo Cinematográfico da Marvel – Pantera Negra e Homem Aranha. Já o terceiro é estabelecer uma nova trama envolvendo os Vingadores para ser explorada ao longo da fase três.  Em todos esses objetivos, o filme funciona extremamente bem.

Uma das preocupações que eu tinha antes do filme estava em torno de como introduzir o Spider e o Pantera Negra – T´Challa no filme. E o método e consequentemente seu resultado foram excelentes.  O personagem interpretado por Chadwick Boseman é introduzido, tanto como Pantera como figura pública de seu país, a partir de uma tragédia central na história responsável por matar alguns Wakandianos.  Já o Homem-Aranha tem sua trama introduzida em uma breve linha de diálogo que funciona bem, mas o problema com o amigo da vizinhança está na sua irrelevância para a trama. Ter ou não ter a presença do Spider não altera em nada os rumos da história.

Quanto aos heróis, a Marvel apresenta o Capitão América mais amadurecido. A tensão entre ele e Stark, que vem sendo trabalhada desde o primeiro Vingadores, ganha contornos mais complexos. Temos uma versão muito bem idealizada e forte do Falcão que alterna excelentes movimentos marciais com um aparato tecnológico impressionante. O Homem-Formiga – que apresenta uma novidade em relação ao seu filme solo – serve como alivio cômico em alguns momentos, mas tem uma participação também secundarizada. Os pontos altos vão para a Feiticeira Escarlate, Homem-Aranha e o Pantera Negra.  A personagem interpretada por Elisabeth Olsen pela primeira vez os limites e as consequências de seu enorme poder, ganhando uma densidade profunda enquanto personagem;  O amigo da vizinhança tem sua melhor aparição em tela. Um verdadeiro Fan Service.  Holland entrega um Peter Parker nerd e engraçado e um Spider forte, ágil e com um humor extremamente certeiro.  Já o Pantera Negra é extremamente bem idealizado.  A movimentação e a caracterização extremamente animalesca combinada com a boa atuação de Boseman e com um bom figurino potencializa o personagem.

No lado dos vilões, é apresentada uma versão diferente de Zemo.  Essa nova roupagem traz um personagem extremamente articulador, inteligente e discreto. Além disso, temos nele o vilão mais bem construído dos filmes da Marvel até então. Suas motivações são profundas e envolve um dos pontos principais da trama: As consequências em torno dos atos dos heróis.  Se grande parte dos vilões da Marvel pouco dá vontade de ver novamente em tela, com Zemo é diferente.


No geral, Guerra Civil é um típico filme da Marvel. Excetuando-se a tentativa de dar mais profundidade narrativa com uma trama mais densa e um vilão mais complexo, é a mesma fórmula (simples) de sucesso.  A trama funciona perfeitamente bem no amadurecimento dos personagens e ajuda a preparar um terreno interessante para essa nova fase do Universo Cinematográfico da Marvel.  No entanto, o filme peca justamente em esbarrar na fórmula da Marvel de apostar sempre nos caminhos mais seguros. Faltou um evento mais bombástico. 

Escrito por:
Edworld Adventure - Sou um dos integrantes desse blog de nome excêntrico e até um pouco sem graça. Diferente dos outros colunistas, vulgo meus amigos, sou o único que possuo vida para além dos limites de meu sofá. Apaixonado por Star Wars, teatro e cinema, sou estudante de História. Assim como o restante, os atrativos de uma vida adulta me parecem muito chatos. Resumo minha existência em uma frase: "I could have been a contender instead of a bum, which is what I am - Let´s face it" 

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Cinco coisas que você não deve fazer na estreia de Capitão América - Guerra Civil.




1 – Entrar em filas
Esta regra serve para a estreia de qualquer filme, já que hoje em dia quase todos os cinemas trabalham com o esquema de lugar marcado. Na estreia de Capitão América - Guerra Civil não será diferente, não importa o cinema que você escolha, provavelmente estará lotado e por esse motivo as pessoas vão arrumar ideia de criar uma fila na hora da entrada. NÃO CAIA NESSA!! Por mais que você seja brasileiro e como sabemos, brasileiro adora uma fila, você é melhor do que isso, você sabe que o lugar é marcado e que não tem necessidade alguma de entrar na fila.

2 – Gritar na hora que os personagens que você gosta aparecerem/falarem algo.
Isto infelizmente é uma realidade esperada, sabemos como é a falta de educação das pessoas, quase todo mundo vai ficar gritando quando aparecer seu personagem preferido ou na hora que ele falar alguma frase de impacto, mas como sua mãe já dizia: VOCÊ NÃO É TODO MUNDO!! Não reforce esse comportamento estúpido e comum em alguns filmes, mostre que você é um fã (ou um poser) que respeita a obra de arte sendo exibida.

3 – Vaiar algum personagem
Muito parecido com o item anterior, mas com um diferencial, vaiar o herói preferido do amiguinho é muito pior do que simplesmente comemorar a aparição do seu. Imagina que escroto no cinema uma briguinha estúpida em que um vaia o herói do outro e fica um circo onde ninguém consegue assistir filme nenhum. Lembre-se que ingresso custa dinheiro e que dinheiro não nasce em árvore, portanto vamos aproveitar o momento de entretenimento que pagamos para receber.

4 – Controle-se e controle seu amigo Poser
Na estreia de Capitão América - Guerra Civil com certeza vai ter aquele cara que leu todas as HQ's possíveis e conhece a história de trás pra frente, em compensação, vão ter pessoas que não conhecem nada de nada, que nunca viram nenhum filme de herói, que não sabem que herói é da DC ou da Marvel. Até aí nenhum problema, o problema só vai existir se eles forem amigos e forem juntos ao cinema, sabe porque? Porque o espertão vai passar a sessão INTEIRA explicando pro amigo cada detalhe do filme e o amigo vai ficar perguntando o porquê disso e daquilo a cada dez minutos. Esses dois tipos de pessoas são muito perigosas. Nossa dica é simples, se você se encaixa no perfil expert, controle-se, não precisa explicar a história toda da Marvel no meio do filme. Se você se encaixa no perfil poser, que só está indo porque geral vai mesmo, tenta pesquisar, lê um resumo dos últimos filmes, ou então vai sem saber nada mesmo mas fica caladinho, porque ninguém merece um tagarela.

5 - Não seja sujinho, é feio!

Por último, mas não menos importante, a sujeira pós estreia. Na verdade não é exclusiva da estreia, mas convenhamos que numa estreia a sessão tá muito mais cheia que o normal, isso significa mais lixo produzido, então, se você gosta de ir no cinema e encontrá-lo limpo, COLABORE! Pegue seu lixinho quando a sessão acabar, não custa nada e tem uma lixeira sempre logo na saída. Sério, não seja um idiota, isto é uma das piores coisas que você pode fazer numa estreia, ninguém merece ter que catar seu lixo porque você é um porquinho.


Escrito por:
Sherminator -  Sou um estudante de Educação Física e faço bicos de príncipe em festas infantis. Almejo no futuro ser um belo e bem sucedido professor . Tenho uma namorada (que não pode saber desse meu apelido) e gasto 90% do meu tempo  com ela indo ao cinema e vendo séries seja juntos, ou pelo Skype.