Faltam seis dias para a estreia do tão esperado filme do Capitão América baseado no arco “Civil War”. Tendo isso em mente, nós iremos dar inicio a uma série de publicações voltadas para o filme apresentando diversas opiniões e momentos dessa história. Iniciaremos apresentando um pouco sobre o contexto histórico em que a HQ é idealizada e como esse arco dialoga diretamente com ele. Acompanhem !!
Sem a menor dúvida, o 11 de Setembro causos impactos significativos nos Estados Unidos da América. Um de seus desdobramentos foi a Lei Patriótica, decreto assinado em 26 de Outubro de 2011 por George W. Bush. Para além de suas medidas, ela foi responsável por diminuir as liberdades individuais, permitindo vigilância, interceptações de ligações telefônicas, dentre outras. O ideário norte-americano de liberdade fica, internamente, extremamente fragilizado com o desencadeamento de ações a partir desse triste marco.
Qualquer produção ficcional, apesar das mediações existentes, tem seus referenciais na realidade. E o arco Guerra Civil não foge disso. Antes de continuar a explicação, vale a pena ressaltar que a Marvel costumeiramente apresenta obras e personagens críticos de um contexto social contraditório. Por exemplo, T’Challa é criado no momento de lutas pela ampliação dos direitos civis nos anos 60 e é o grande representante de uma nação africana poderosa e nunca antes escravizada. No mesmo contexto, temos o desenvolvimento dos X-Men e de Luke Cage. Enfim, o que importa dizer é que a proposta editorial da Marvel nunca foi de evitar falar sobre situações contraditórias, pelo contrário, boa parte de suas melhores histórias estão envolvidas nessa proposta.
E um exemplo disso é Guerra Civil. Sua história tem inicio com uma fracassada tentativa dos Novos Guerreiros (Namorita, Radical, Speedball e Micróbio) capturarem, em um reality show, um grupo de vilões. Ao ser ver acuado, Nitro explode num bairro residencial e mata centenas de pessoas. A partir daí, após pressão popular, os heróis se dividem em dois grupos: Um liderado por Tony Stark que almeja o registro dos heróis e a consequente supervisão e cooperação com o Estado. Já o outro grupo, liderado por Capitão América, acredita que os heróis não devem ser supervisionados pelo Estado e defende a liberdade total.
Ora, olhando assim, parece uma proposta bem simples. No entanto, o arco é extremamente politizado e crítico, abordando discussões extremamente complexas. De maneira ficcional, a luta capitaneada pelo Capitão América representa as críticas e os embates entre indivíduos que tem sua liberdade individual limitada pela ação do Estado. Do outro lado, Tony Stark representa os que acreditam na necessidade de se ampliar o escopo do Estado para garantir segurança. No geral, uma pergunta norteia tanto os Estados Unidos no pós 11 de Setembro quanto o arco Guerra Civil: Deve a liberdade individual ser sacrificada em prol da segurança?
No geral, temos em Guerra Civil um arco extremamente crítico em relação às medidas de segurança determinadas pelo Ato Patriótico. Para além de intrigas entre heróis, nessa grande história temos o desenvolvimento dos conflitos a partir de uma perspectiva de embates ideológicos envolvendo ideais de liberdade e segurança, típicos do momento em que é escrito. Enfim, de que lado você está?
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Edworld Adventure - Sou um dos integrantes desse blog de nome excêntrico e até um pouco sem graça. Diferente dos outros colunistas, vulgo meus amigos, sou o único que possuo vida para além dos limites de meu sofá. Apaixonado por Star Wars, teatro e cinema, sou estudante de História. Assim como o restante, os atrativos de uma vida adulta me parecem muito chatos. Resumo minha existência em uma frase: "I could have been a contender instead of a bum, which is what I am - Let´s face it"
Vocês podem ser perceiros da minha pagina?
ResponderExcluirEssa aqui: http://carlinhosobonitao26.wix.com/nintendo-x-treme