The Division teve começo de produção em 2008 e prometia um shooter em terceira pessoa que englobava aspectos de role playing em seu mundo aberto. O que recebemos chega a ser melhor do que o esperado. A hype começou mesmo em 2013, na apresentação oficial, quando fomos estapeados pelos produtores com aquele “simples” fechar de porta. Por se tratar de um shooter com elementos de RPG, muitas pessoas ficaram com a pulga atrás da orelha por acreditar que os dois não se misturam, como água e óleo, e a partir desse momento fomos surpreendidos com diversos problemas e atrasos no lançamento. Finalmente chegamos a 2016 e o que recebemos? Não só tudo o que foi prometido, mas adicionado a isso também o formato looter, aonde a procura pelo melhor set e melhores armas é uma busca constante.
Os aspectos de RPG são executados de maneira belíssima. Por ser um shooter, a falta ou abastança de mira dos jogadores tem que entrar no planejamento já que a contagem de dano é completamente alterada por esse fator. Por isso os inimigos possuem "coletes", classes de dificuldade e habilidades, que os possibilitam aguentar mais tiros, assim diferenciando bastante do shooter convencional em que sua habilidade de acertar seus tiros é o ponto de definição entre a sua morte ou a do inimigo. Ou seja, mesmo com muita pressão sobre seus ombros e com toda a dificuldade que o processo pode trazer, os produtores conseguiram dar vida a um estilo muito temido (que poderia ter levado o jogo ao fracasso).
O jogo então começa em Manhattan, onde você e outros agentes da organização The Division devem recuperar a esperança dos sobreviventes e procurar a cura para a doença (resultado de uma arma química introduzida em cédulas de dólar, com o único propósito de matar quem entrasse em contato com elas) que dizimou grande parte da população da cidade. Além disso, os jogadores precisam lidar com quatro facções criminosas: Rioters, habitantes que começaram a roubar e atacar outros para se manterem vivos; Cleaners, um grupo defensor da queima dos infectados tendo como objetivo erradicar a doença; Rikers, prisioneiros que aproveitaram os acontecimentos para escapar e fazer o que bem entendem; Last Man Battalion, um tipo de exército mercenário contratado nos estágios inicias da doença para proteger os interesses de Wall Street, que é deixado para trás quando a situação piora. Com todo esse cenário posto, o jogador ainda tem que completar as missões e encontros para reconstruir a base de operações, lidando com esses grupos e, ao mesmo tempo, tentando acalmar a população.
Com a apresentação dos diferentes tipos de tarefa espalhadas pelo mapa, é fácil compreender que as sidemissions e encontros se transformam em afazeres repetitivos, que, para falar a verdade, me deixaram diversas vezes frustrado por não apresentar a diversidade necessária para me fazer ter vontade de realizá-las. No entanto, as missões da historia recebem a maior atenção e elaboração. Com mapas bem desenvolvidos, que utilizam todo o espaço disponível, objetos bem posicionados e ondas inimigas bem pensadas, essas missões saltam aos olhos de quem esta segurando o controle. Ao fim de toda missão, lhe são entregues filmagens de segurança, arquivos de pesquisa e gravações de áudio que relatam a violência e a loucura por parte das facções, com vídeos visualmente perturbadores, áudios extremamente emocionantes e arquivos esclarecedores que contribuem de maneira genial para incrementar o enriquecimento do lore, que, mesmo não sendo o foco principal, não fica para trás em momento algum.
Completadas as missões, seu foco se vira para os equipamentos com os quais você é constantemente bombardeado, o que as vezes me deixou meio perdido (é equipamento pá porra!!!!!), mas que se mostram de grande valor pois a troca de um item pode mudar uma morte certa para uma dominação de Manhattan. O sistema de itens mostra seu diferencial na variedade e possibilidade de estar sempre melhorando seu personagem. A partir do level 10 as portas da Dark zone, área PvP e PvE, se abrem e as opções de equipamentos só crescem. Para dominar esse segundo mundo do universo The Division, o jogador tem a opção de se juntar com outros agentes e acabar com a IA ou se tornar rogue (um status atribuído a você quando mata outro jogador, te deixando visível para todos no mapa) tendo como objetivo loot ou até mesmo por pura diversão. No momento se tornar rogue traz consigo muitos pontos negativos e diversos jogadores argumentam que as recompensas, na maioria das vezes, não valem a pena, porém a possibilidade de roubar os itens dos outros jogadores soa no mínimo tentadora.
The Division traz para o jogador um produto completo, com pequenas falhas em pontos importantes, o que deixa a dúvida se esse é mesmo o tipo de jogo pelo qual vale a pena esperar por três anos. Sua historia envolvente, com uma introdução de conteúdo sutil, torna a experiência ótima. Porém a repetitividade das sidemissions e a falta de balanceamento no modo online pesam na hora de uma avaliação. Além disso, o risco para quem está disposto a utilizar o modo rogue é alto demais, tornando frustrante algo que deveria ser prazeroso. Finalmente a ideia que retorna a meu ser, sobre o que o jogo me proporcionou, é a de uma aventura cheia de detalhes, mapas bem pensados e a possibilidade de viver um modo PvP não tão gratificante. Por isso, minha nota para o jogo é (TAN TAN TAN TAAAAN) 8.0.
Escrito por:
Gabriel "Chimichanga Slayer" Azevedo: Sou um dos integrantes desse blog, no caso o menos letrado, e o membro que mais preenche sua vida com jogos e outros vícios eletrônicos. Após diversas epifanias sobre o que fazer com minha vida, venho aqui depois da última e mais esclarecedora delas para trazer a vocês a opinião de um tatuado compulsivo (aka eu) que gasta maior parte do seu tempo criando hype para jogos falidos.
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