sexta-feira, 29 de abril de 2016

[Crítica] Capitão América: Guerra Civil | SemSpoilers




Pela primeira vez, a Marvel produz uma complexidade narrativa apresentando consequências dos atos e ofícios de ser um herói, explorando um conflito ideológico em torno de noções de Justiça e Liberdade entre os dois principais heróis de seu Universo cinematográfico.  Essa história não poderia ser apresentada com a estética costumeira dos filmes anteriores. Guerra Civil é o filme mais sombrio e maduro de toda a empreitada da Marvel nos cinemas, com uma enorme densidade narrativa e relações complexas entre os personagens.

Tendo como base o arco idealizado por Mark Millar, a trama se inicia com uma missão fracassada comandada por Rogers. Para explicar os motivos que levam o Secretário Ross a propor um polêmico tratado que tinha como objetivo submeter os heróis a ONU, o filme retoma os acontecimentos e mortes provocadas pelos Vingadores ao longo do Universo Cinematográfico da Marvel.  Nesse filme, a necessidade de lidar com as consequências de seus atos e de que maneira atuar a partir desse momento em diante divide Stark e Rogers, com o Homem de Ferro assumindo a perspectiva de defesa do Tratado e o Capitão sendo contrário. As motivações são bem apresentadas, complexas e fogem de uma perspectiva de Bem x Mal.

Um elogio deve ser feito aos Irmãos Russo: A habilidade em lidar com múltiplas perspectivas, narrativas e personagens é realizada de maneira impecável, tanto no desenvolvimento da trama quanto nas cenas de ação. Aliás, os combates estão espetaculares. Em nenhum momento o espectador se perde nas cenas que alternam belos movimentos e diálogos cômicos.  O já conhecido confronto no Aeroporto é um dos pontos altos da trama. Mesmo com o elevado número de personagens, os poderes são bem explorados e a ação é bem dividida entre os personagens.

Diferente do imaginado, em nenhum momento o filme deixa de ser sobre o Capitão América. Não, não é um terceiro filme dos Vingadores. É um terceiro filme do Capitão América. Uma continuação direta do Soldado Invernal. Extremamente organizado, bem dividido e coeso, o roteiro não dá brechas para que o plot e o desenvolvimento da trama envolvendo diversos personagens retire o protagonismo de Steve Rogers.  

Tendo isso em mente, não se pode isolar Guerra Civil do restante do Universo Marvel, pelo contrário, fica claro que seu impacto será visto por toda essa terceira fase.  Nesse sentido, são três caminhos trilhados por esse filme: O primeiro deles, como já afirmado, é dar continuidade à trama iniciada no Soldado Invernal, transformando Bucky no ponto central da trama e dando passos na construção do personagem. O segundo deles é preparar terreno para os novos personagens do Universo Cinematográfico da Marvel – Pantera Negra e Homem Aranha. Já o terceiro é estabelecer uma nova trama envolvendo os Vingadores para ser explorada ao longo da fase três.  Em todos esses objetivos, o filme funciona extremamente bem.

Uma das preocupações que eu tinha antes do filme estava em torno de como introduzir o Spider e o Pantera Negra – T´Challa no filme. E o método e consequentemente seu resultado foram excelentes.  O personagem interpretado por Chadwick Boseman é introduzido, tanto como Pantera como figura pública de seu país, a partir de uma tragédia central na história responsável por matar alguns Wakandianos.  Já o Homem-Aranha tem sua trama introduzida em uma breve linha de diálogo que funciona bem, mas o problema com o amigo da vizinhança está na sua irrelevância para a trama. Ter ou não ter a presença do Spider não altera em nada os rumos da história.

Quanto aos heróis, a Marvel apresenta o Capitão América mais amadurecido. A tensão entre ele e Stark, que vem sendo trabalhada desde o primeiro Vingadores, ganha contornos mais complexos. Temos uma versão muito bem idealizada e forte do Falcão que alterna excelentes movimentos marciais com um aparato tecnológico impressionante. O Homem-Formiga – que apresenta uma novidade em relação ao seu filme solo – serve como alivio cômico em alguns momentos, mas tem uma participação também secundarizada. Os pontos altos vão para a Feiticeira Escarlate, Homem-Aranha e o Pantera Negra.  A personagem interpretada por Elisabeth Olsen pela primeira vez os limites e as consequências de seu enorme poder, ganhando uma densidade profunda enquanto personagem;  O amigo da vizinhança tem sua melhor aparição em tela. Um verdadeiro Fan Service.  Holland entrega um Peter Parker nerd e engraçado e um Spider forte, ágil e com um humor extremamente certeiro.  Já o Pantera Negra é extremamente bem idealizado.  A movimentação e a caracterização extremamente animalesca combinada com a boa atuação de Boseman e com um bom figurino potencializa o personagem.

No lado dos vilões, é apresentada uma versão diferente de Zemo.  Essa nova roupagem traz um personagem extremamente articulador, inteligente e discreto. Além disso, temos nele o vilão mais bem construído dos filmes da Marvel até então. Suas motivações são profundas e envolve um dos pontos principais da trama: As consequências em torno dos atos dos heróis.  Se grande parte dos vilões da Marvel pouco dá vontade de ver novamente em tela, com Zemo é diferente.


No geral, Guerra Civil é um típico filme da Marvel. Excetuando-se a tentativa de dar mais profundidade narrativa com uma trama mais densa e um vilão mais complexo, é a mesma fórmula (simples) de sucesso.  A trama funciona perfeitamente bem no amadurecimento dos personagens e ajuda a preparar um terreno interessante para essa nova fase do Universo Cinematográfico da Marvel.  No entanto, o filme peca justamente em esbarrar na fórmula da Marvel de apostar sempre nos caminhos mais seguros. Faltou um evento mais bombástico. 

Escrito por:
Edworld Adventure - Sou um dos integrantes desse blog de nome excêntrico e até um pouco sem graça. Diferente dos outros colunistas, vulgo meus amigos, sou o único que possuo vida para além dos limites de meu sofá. Apaixonado por Star Wars, teatro e cinema, sou estudante de História. Assim como o restante, os atrativos de uma vida adulta me parecem muito chatos. Resumo minha existência em uma frase: "I could have been a contender instead of a bum, which is what I am - Let´s face it" 
Luiz, camarão e ação. Web Developer

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Cinco coisas que você não deve fazer na estreia de Capitão América - Guerra Civil.





1 – Entrar em filas
Esta regra serve para a estreia de qualquer filme, já que hoje em dia quase todos os cinemas trabalham com o esquema de lugar marcado. Na estreia de Capitão América - Guerra Civil não será diferente, não importa o cinema que você escolha, provavelmente estará lotado e por esse motivo as pessoas vão arrumar ideia de criar uma fila na hora da entrada. NÃO CAIA NESSA!! Por mais que você seja brasileiro e como sabemos, brasileiro adora uma fila, você é melhor do que isso, você sabe que o lugar é marcado e que não tem necessidade alguma de entrar na fila.

2 – Gritar na hora que os personagens que você gosta aparecerem/falarem algo.
Isto infelizmente é uma realidade esperada, sabemos como é a falta de educação das pessoas, quase todo mundo vai ficar gritando quando aparecer seu personagem preferido ou na hora que ele falar alguma frase de impacto, mas como sua mãe já dizia: VOCÊ NÃO É TODO MUNDO!! Não reforce esse comportamento estúpido e comum em alguns filmes, mostre que você é um fã (ou um poser) que respeita a obra de arte sendo exibida.

3 – Vaiar algum personagem
Muito parecido com o item anterior, mas com um diferencial, vaiar o herói preferido do amiguinho é muito pior do que simplesmente comemorar a aparição do seu. Imagina que escroto no cinema uma briguinha estúpida em que um vaia o herói do outro e fica um circo onde ninguém consegue assistir filme nenhum. Lembre-se que ingresso custa dinheiro e que dinheiro não nasce em árvore, portanto vamos aproveitar o momento de entretenimento que pagamos para receber.

4 – Controle-se e controle seu amigo Poser
Na estreia de Capitão América - Guerra Civil com certeza vai ter aquele cara que leu todas as HQ's possíveis e conhece a história de trás pra frente, em compensação, vão ter pessoas que não conhecem nada de nada, que nunca viram nenhum filme de herói, que não sabem que herói é da DC ou da Marvel. Até aí nenhum problema, o problema só vai existir se eles forem amigos e forem juntos ao cinema, sabe porque? Porque o espertão vai passar a sessão INTEIRA explicando pro amigo cada detalhe do filme e o amigo vai ficar perguntando o porquê disso e daquilo a cada dez minutos. Esses dois tipos de pessoas são muito perigosas. Nossa dica é simples, se você se encaixa no perfil expert, controle-se, não precisa explicar a história toda da Marvel no meio do filme. Se você se encaixa no perfil poser, que só está indo porque geral vai mesmo, tenta pesquisar, lê um resumo dos últimos filmes, ou então vai sem saber nada mesmo mas fica caladinho, porque ninguém merece um tagarela.

5 - Não seja sujinho, é feio!

Por último, mas não menos importante, a sujeira pós estreia. Na verdade não é exclusiva da estreia, mas convenhamos que numa estreia a sessão tá muito mais cheia que o normal, isso significa mais lixo produzido, então, se você gosta de ir no cinema e encontrá-lo limpo, COLABORE! Pegue seu lixinho quando a sessão acabar, não custa nada e tem uma lixeira sempre logo na saída. Sério, não seja um idiota, isto é uma das piores coisas que você pode fazer numa estreia, ninguém merece ter que catar seu lixo porque você é um porquinho.


Escrito por:
Sherminator -  Sou um estudante de Educação Física e faço bicos de príncipe em festas infantis. Almejo no futuro ser um belo e bem sucedido professor . Tenho uma namorada (que não pode saber desse meu apelido) e gasto 90% do meu tempo  com ela indo ao cinema e vendo séries seja juntos, ou pelo Skype.
Luiz, camarão e ação. Web Developer

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Top 5 momentos preferidos em Civil War


Fazendo parte da série de postagens com a temática do novo filme Guerra Civil, apresentaremos os cinco melhores momentos do arco nas HQs.Não necessariamente são os momentos mais fundamentais para a história mas sim aqueles que mais gostei de ler, seja pela arte, seja pela importância ou pelo complexidade. Acompanhem !!  ATENÇÃO: Contém muito spoiler.


1 –Explosão em Stanford.
 O primeiro desses momentos é a explosão que ocorre em Stanford e leva à elaboração da Lei de Registro Superhumano.  Durante um reality show, um grupo de heróis persegue vilões. Após a batalha, Nitro se vê cercado e para evitar sua prisão, se explode causando morte de mais de 600 civis.




2 – Homem-Aranha torna sua identidade pública.
Tendo o objetivo de usar o Spider como exemplo, Tony Stark convence Peter Park a se registrar com a SHIELD e, ao mesmo tempo, revelar sua identidade secreta. Além de ganhar um traje muito irado, as histórias seguintes tratam os perigos que isso levou à vida pessoal de Peter Parker. Vale ressaltar que a alternativa utilizada pela Marvel para resolver esse problema foi péssima.





3 -  A entrada de vilões.
Para conseguir aliados na batalha contra o lado contrário ao registro,  Stark propõe anistia à alguns vilões caso eles topassem  entrar na briga contra o Capitão América. Esse fato, junto com a morte de Golias, leva a nosso próximo momento favorito.



4 – Homem-Aranha alternando de posição.
Motivado pela entrada de criminosos e pela morte de Golias, o querido amigo da vizinhança inicia um processo de reflexão e questionamento que o faz mudar de lado nessa guerra. Mas não ache que foi tão fácil assim: O Spider entra em uma belíssima luta contra Tony Stark e ainda  lida com alguns Thunderbolts.


5 – A desistência de Steve Rogers
Após ficar a ponto de derrotar Tony Stark, o Capitão América é agarrado por um grupo de norte-americanos e começa a se sentir culpado pela destruição que causou e tira seu capacete abrindo mão de sua figura de herói. Simbolicamente, é a ideia de que o ideal de liberdade norte-americano não pode compactuar com uma destruição que acomete seu povo. Um desfecho brilhante para um dos maiores arcos de todos os tempos.




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Edworld Adventure - Sou um dos integrantes desse blog de nome excêntrico e até um pouco sem graça. Diferente dos outros colunistas, vulgo meus amigos, sou o único que possuo vida para além dos limites de meu sofá. Apaixonado por Star Wars, teatro e cinema, sou estudante de História. Assim como o restante, os atrativos de uma vida adulta me parecem muito chatos. Resumo minha existência em uma frase: "I could have been a contender instead of a bum, which is what I am - Let´s face it" 
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sexta-feira, 22 de abril de 2016

Justiça e Liberdade no arco Guerra Civil





Faltam seis dias para a estreia do tão esperado filme do Capitão América baseado no arco “Civil War”. Tendo isso em mente, nós iremos dar inicio a uma série de publicações voltadas para o filme apresentando diversas opiniões e momentos dessa história. Iniciaremos apresentando um pouco sobre o contexto histórico em que a HQ é idealizada e como esse arco dialoga diretamente com ele.  Acompanhem !!


Sem a menor dúvida, o 11 de Setembro causos impactos significativos nos Estados Unidos da América. Um de seus desdobramentos foi a Lei Patriótica, decreto assinado em 26 de Outubro de 2011 por George W. Bush.  Para além de suas medidas, ela foi responsável por diminuir as liberdades individuais, permitindo vigilância, interceptações de ligações telefônicas, dentre outras.  O ideário norte-americano de liberdade fica, internamente, extremamente fragilizado com o desencadeamento de ações a partir desse triste marco.

Qualquer produção ficcional, apesar das mediações existentes, tem seus referenciais na realidade.  E o arco Guerra Civil não foge disso. Antes de continuar a explicação, vale a pena ressaltar que a Marvel costumeiramente apresenta obras e personagens críticos de um contexto social contraditório. Por exemplo, T’Challa é criado no momento de lutas pela ampliação dos direitos civis nos anos 60 e é o grande representante de uma nação africana poderosa e nunca antes escravizada. No mesmo contexto, temos o desenvolvimento dos X-Men e de Luke Cage. Enfim, o que importa dizer é que a proposta editorial da Marvel nunca foi de evitar falar sobre situações contraditórias, pelo contrário, boa parte de suas melhores histórias estão envolvidas nessa proposta.

E um exemplo disso é Guerra Civil.  Sua história tem inicio com uma fracassada tentativa dos Novos Guerreiros (Namorita, Radical, Speedball e Micróbio) capturarem, em um reality show, um grupo de vilões. Ao ser ver acuado, Nitro explode num bairro residencial e mata centenas de pessoas.  A partir daí, após pressão popular, os heróis se dividem em dois grupos: Um liderado por Tony Stark que almeja o registro dos heróis e a consequente supervisão e cooperação com o Estado. Já o outro grupo, liderado por Capitão América, acredita que os heróis não devem ser supervisionados pelo Estado e defende a liberdade total.

Ora, olhando assim, parece uma proposta bem simples. No entanto, o arco é extremamente politizado e crítico, abordando discussões extremamente complexas. De maneira ficcional, a luta capitaneada pelo Capitão América representa as críticas e os embates entre indivíduos que tem sua liberdade individual limitada pela ação do Estado.  Do outro lado, Tony Stark representa os que acreditam na necessidade de se ampliar o escopo do Estado para garantir segurança. No geral, uma pergunta norteia tanto os Estados Unidos no pós 11 de Setembro quanto o arco Guerra Civil: Deve a liberdade individual ser sacrificada em prol da segurança?

No geral, temos em Guerra Civil um arco extremamente crítico em relação às medidas de segurança determinadas pelo Ato Patriótico. Para além de intrigas entre heróis, nessa grande história temos o desenvolvimento dos conflitos a partir de uma perspectiva de embates ideológicos envolvendo ideais de liberdade e segurança, típicos do momento em que é escrito. Enfim, de que lado você está?

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Edworld Adventure - Sou um dos integrantes desse blog de nome excêntrico e até um pouco sem graça. Diferente dos outros colunistas, vulgo meus amigos, sou o único que possuo vida para além dos limites de meu sofá. Apaixonado por Star Wars, teatro e cinema, sou estudante de História. Assim como o restante, os atrativos de uma vida adulta me parecem muito chatos. Resumo minha existência em uma frase: "I could have been a contender instead of a bum, which is what I am - Let´s face it" 

Luiz, camarão e ação. Web Developer

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Robert Downey Jr. confirmado em novo filme do Aranha






De acordo com informações apuradas pela THR, Robert Downey Jr. fechou acordo com a Marvel Studios para participar do novo filme do Homem-Aranha.

Spider Man: Homecoming será a primeira produção resultante da parceria entre Sony e Marvel Studios. A tentativa, por parte da Marvel, de incluir personagens mais consagrados de seu Universo Cinematográfico nesse filme (que começara a ser rodado em Outubro) revela a intenção de inseri-lo de maneira coesa em seu universo. Além dessa nova informação, boatos sugerem que o vilão do filme será o Abutre.



Fonte: The Hollywood Reporter
Luiz, camarão e ação. Web Developer

quarta-feira, 20 de abril de 2016

The Big Bang Theory – A estrada até aqui!!




*Contém Spoilers sobre a atual temporada de TBBT

No ar desde 2007, TBBT é uma das grandes séries de comédia do momento e eu sou mais um entre os milhares de fãs dela espalhados pelo mundo. Depois de 9 anos no mercado, a série como qualquer outra, teve seus altos e baixos, mas na maioria das vezes se manteve no topo. Em sua nona temporada, a série teve recorde de audiência com o episódio The Opening Night Excitation (episódio em que Sheldon e Amy fazem sexo pela primeira vez) que alcançou 17,25 milhões de visualizações no dia que o episódio foi ao ar de acordo com Instituto Nielsen e é sem dúvida uma das séries mais assistidas nos Estados Unidos.

Desde o começo, a série já prometia ser um sucesso, por lembrar um pouco séries famosas que tinham uma proposta parecida, como Friends e How i met your mother, que têm suas histórias girando em torno de um grupo de amigos e suas aventuras. A diferença é que em TBBT, esses amigos são nerds e geeks, algo que até então não tinha sido abordado no mundo das séries. Nos primeiros episódios somos apresentados aos dois personagens principais, Sheldon e Leonard, dois amigos cientistas que dividem um apartamento. Sheldon tem uma personalidade peculiar o que faz com que ele, em minha opinião seja o melhor personagem de todos. Os outros personagens são apresentados e acabam compondo esse grupo um tanto quanto esquisito. Temos a vizinha ‘gostosa’, Penny, que é um fracasso nos relacionamentos e na vida profissional, têm como sonho ser atriz, mas nunca consegue um papel de sucesso e acaba indo trabalhar como garçonete. Temos também o amigo indiano “Rajesh”, que faz basicamente o papel do cara estrangeiro da série, muito parecido com o personagem indiano de That ‘70s Show, têm problemas de comunicação com mulheres e é mais um fracasso em seus relacionamentos. O amigo engenheiro, judeu e tarado “Howard”, também faz parte desse grupo. Howard é o personagem típico “filhinho da mamãe”, além de morar com ela, é sua mãe que faz tudo por ele.

Um fato interessante sobre TBBT e que poucas pessoas sabem, é que existe um episódio piloto alternativo em que Sheldon e Leonard são amigos nerds tarados que conhecem uma garota bonita que acaba morando com eles (o que seria a Penny), nessa versão o Sheldon bebe e faz sexo, o apartamento é diferente e eles têm uma amiga nerd (que poderia ser o Howard). Ainda bem que essa versão não foi para frente, já que descaracterizaria os personagens que tanto amamos e a versão que conhecemos foi escolhida, de qualquer maneira, bate uma curiosidade sobre como seria o desenrolar dessa versão.

The Big Bang Theory começa a contar a história sobre a vida desses amigos, suas reuniões, suas refeições, seus experimentos e seus relacionamentos, mas não pense que é simples assim, Tbbt traz a complexidade do universo nerd, no linguajar, estilo e ações dos personagens, por isso que vale muito a pena conferir e acompanhar.

A atração que Leonard sente por Penny é o tema central das primeiras temporadas, com o desenrolar dos episódios eles acabam ficando junto, se separando e por fim namorando (Fato interessante é que na vida real, os atores que interpretam os papéis da Penny e do Leonard já namoraram durante um tempo), nas últimas temporadas, os dois acabaram noivando e posteriormente casando. Enquanto isso acontece, os outros personagens vão ganhando seus espaços e iniciando relacionamentos, dentre eles, um dos mais importantes é o de Howard e Bernadette, que além de se casarem, acabam descobrindo que vão ser pais na temporada atual.

Bernadette é uma das personagens que entra no meio da série assim como Amy (namorada do Sheldon), as duas têm papel significativo, se tornam personagens fixos na série e ganharam o carinho do público. Amy é uma das mais interessantes por conta do seu estilo, ela é super inteligente, mas se veste de maneira antiquada, o que pode ser uma das causas dela nunca ter tido um relacionamento, por conta disso, ela nunca tinha feito sexo ou até mesmo beijado alguém. Shamy (Sheldon e Amy) se torna o casal perfeito por conta das suas esquisitices e o modo que levam seu relacionamento.
Outros dois personagens que ganham espaço são Raj e Howard. No começo, eles parecem um casal e nosso amigo indiano parece sentir algum tipo de atração por Howard, mas os dois acabam tendo namoradas e essa questão ainda aparece algumas vezes no decorrer das temporadas. No começo, Raj não fala com garotas, a não ser que esteja bêbado, o que acaba gerando várias situações hilárias, enquanto Howard dá em cima de tudo que se mexe, mas devido as sua calças apertadas, seu cintos extravagantes e seu penteado nada estiloso, ele acaba não tendo muito sucesso até encontrar Bernadette.

Sheldon se torna para mim o personagem central da série. Seu relacionamento se torna muito mais interessante que os dos demais, já que de longe é o mais incomum e cheio de manias, como o fato de Sheldon odiar contatos físicos como beijo e abraço. O relacionamento de Leonard e Penny acaba ficando meio chato, pois agora que estão casados, nada de muito relevante acontece com os dois, hoje em dia esses dois mais parecem àqueles pais caretas que estão sempre de mau humor e entediados e suas histórias não estão mais interessantes como antes.

Hoje em dia, com Howard e Bernadette sendo pais, Raj numa espécie de triângulo amoroso e Sheldon e Amy fazendo sexo, a série está num dos melhores momentos de sua trajetória, e a nona temporada promete ser recorde de audiência. Só nos resta esperar e torcer para série continuar com surpreendentes e engraçados episódios.

Entre as premiações conquistadas por The big bang Theory e seus atores, estão presentes Emmys, People´s choice awards, TCA awards, Golden globe awards, entre muitos outros, totalizando mais de 30 prêmios desde 2008. Vale à pena conferir!

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Sherminator -  Sou um estudante de Educação Física e faço bicos de príncipe em festas infantis. Almejo no futuro ser um belo e bem sucedido professor . Tenho uma namorada (que não pode saber desse meu apelido) e gasto 90% do meu tempo  com ela indo ao cinema e vendo séries seja juntos, ou pelo Skype.

Luiz, camarão e ação. Web Developer

segunda-feira, 18 de abril de 2016

[Crítica] | Hyper Light Drifter



  Arte excepcional, combate rápido e uma história que se esconde mais do que nerd em domingo de Fla x Flu, esse é Hyper Light Drifter. O jogo traz uma arte 8-bit bem executada, um combate simples, porém mal planejado e uma história confusa e difícil de achar mesmo quando procuramos por ela. Agora, após terminar o jogo há poucas horas, ainda não tenho certeza do que pensar.

      O jogo começa com uma apresentação interessante, intrigante, com imagens bem coloridas e com seus gráficos que imitam 8-bit saltando aos olhos. Mas a vontade logo se dispersa após as primeiras horas de jogo (morrer 157 vezes também não ajudou muito). Logo nas primeiras partes da aventura, você entende que vai ficar cercado por enxames de inimigos 24/7. Com mortes muitas vezes desnecessárias, o estímulo começou a passar e se transformar em frustração e depois em questão de honra, porque eu não ia deixar esse jogo me ganhar de jeito nenhum.

Uma coisa que me acalmava sempre, depois de repetir 10 vezes a mesma parte, foram os cenários e ambientes sempre muito bonitos e criativos. Sem dúvidas um dos pontos fortes desse projeto é a arte. Os aspectos visuais são um atrativo pros olhos de quem joga. Em várias partes me peguei parado olhando para as cenas “pintadas” ao fundo de cada área. A arte pixelada tenta contar a história que o jogo falha em apresentar, com ambientes mostrando os vestígios da destruição que passou por esse mundo.

        A história do jogo e do protagonista são incertas. Eu, como qualquer outro que tenha jogado, tenho minhas teorias, mas elas não passam de teorias. A falta de informação e talvez a presunção de que somos inteligentes o suficiente pra entender todas as informações escondidas em cada imagem que conta um pouco do enredo talvez tenha transformado algo que tinha o potencial pra ser uma história muito bem elaborada e intrigante do início ao fim em apenas um jogo a mais na prateleira. Essa mesma falta de informação tornou frustrantes embates contra alguns chefes nos quais as únicas coisas que me faltavam eram upgrades (e acabei adquirindo os certos na base da tentativa e erro).

        O combate, apesar de parecer super difícil em alguns momentos, se mostra bem simples se você não se deixar levar pela adrenalina de lutar contra grupos de inimigos grandes demais para um único Light drifter. As mecânicas simples de um hack and slash como qualquer outro se encaixam perfeitamente com os dashes - ataques de curta distância e tiros que são apresentados ao jogador - com uma quantidade decente de upgrades que não apresentam mecânicas novas, mas acrescentam uma beleza a parte ao combate.

         Hyper Light Drifter é uma experiência como nenhuma outra, te deixando abobado, frustrado e confuso. Sua arte pixelada de outro mundo, seus encontros as vezes exorbitantes e uma história que se perde em imagens que explicam pouco a quem gostaria de entender esse mundo, transformam um jogo cheio de potencial em uma experiência apenas agradável aos olhos, porém dispensável. Então minha nota para o jogo é 6,5 .

Escrito por:
Chimichanga Slayres - Sou um dos integrantes desse blog, no caso o menos letrado, e o membro que mais preenche sua vida com jogos e outros vícios eletrônicos. Após diversas epifanias sobre o que fazer com minha vida, venho aqui depois da última e mais esclarecedora delas para trazer a vocês a opinião de um tatuado compulsivo (aka eu) que gasta maior parte do seu tempo criando hype para jogos falidos.
Luiz, camarão e ação. Web Developer

sábado, 16 de abril de 2016

Três filmes argentinos sem Darín para você conhecer






Quando se fala em cinema argentino contemporâneo, o primeiro nome que vem a cabeça é o de Ricardo Darín. O ator portenho é o protagonista dos filmes mais aclamados do país vizinho. "O Segredo dos Seus Olhos", "Tese Sobre Um Homicídio" e "Relatos Selvagens" são algumas das produções de destaque nas quais Darín atuou. Mas claro que nem só de Ricardo vive a filmografia da Argentina, e hoje vamos conhecer três filmes produzidos no país que não contam com a participação do ator, mas não deixam nada a desejar.

- Leonera (Pablo Trapero - 2008)



Pablo conta a história de Julia (Martina Gusman), uma garota de classe média que é acusada de um assassinato e vai presa. No período em que está na prisão, a moça consegue forças para enfrentar os desafios de se confinada em um presídio em seu filho que nasce no local. Julia fica em um área reservada para as detentas que são mães, podendo ficar lá com o pequeno Tomás até ele completar 4 anos. Nesse setor da cadeia se desenvolve basicamente todo o filme. A mulher é cobiçada pelas presas mais antigas, tenta se acostumar às condições nada confortáveis da carceragem, mas com todos os desafios ela se descobre como uma pessoa resistente, corajosa e uma mãe que faz de tudo por seu filho. Na penitenciária, Julia conquista amigas, a mais próxima dela é Marta (Laura Garcia) que criou seus dois filhos lá e a ajuda a lidar com todas as restrições do ambiente e a lidar com Ramiro (Rodrigo Santoro) que causa alguns conflitos na vida da protagonista.

- O Estudante ("El Estudiante" - Santiago Mitre - 2011)



O jovem Roque (Esteban Lamothe) sai do interior da Argentina para Buenos Aires com o intuito de recomeçar pela terceira vez uma graduação. Aparentemente sem muitos êxitos nas aulas, o rapaz se ocupa com outras coisas dentro da universidade. A história de Roque começa a ficar interessante quando ele conhece a jovem professora Paula (Romina Paula) que o apresenta para o mundo da militância política. Roque passa a se envolver com o movimento estudantil e em uma das várias reuniões do coletivo que Paula faz parte conhece um professor da universidade que é bem articulado no meio político. A partir daí, o rapaz do interior começa a entender que a estrutura do movimento não é muito diferente do jogo político que acontece fora do campus.

- O Clã ("El Clan" - Pablo Trapero - 2015)


O filme é baseado em fatos reais e conta a história dos Puccio, uma família de classe média que tem uma vida aparentemente normal. Um dos filhos é um grande jogador de rúgbi, as filhas são estudiosas e o outro filho mora no exterior. Mas nem tudo é o que parece. A família ficou conhecida em toda a Argentina na década de 80 por praticar sequestros e diversos assassinatos. O clã era formado pelo pai Arquímedes (Guillermo Francella), seus dois filhos mais velhos Alejandro (Peter Lanzani) e Maguila (Gastón Cocchiarale), junto com um militar aposentado e dois amigos.

Escrito por:
Bridget Rick - Sou o primeiro convidado desse blog para escrever sobre cinema latino-americano. Sou hipster. Averso à filmes de herói. Me julgo superior por isso. Estudante de Jornalismo, também sou diretor de documentários fracassados.
Luiz, camarão e ação. Web Developer

quarta-feira, 13 de abril de 2016

De onde vem o carisma de Mike?






Atenção: Contém Spoilers de Breaking Bad. 

Quem assiste Better Call Saul já sabe que a segunda temporada está em seu final, com um novo episódio sendo liberado toda terça-feira ao vivo pela AMC, e logo depois pela  Netflix. A série tem como principal personagem o advogado nada formal Jimmy McGill (Saul Goodman), que leva o nome de sua expressão tão famosa em Breaking bad como título. Porém, outro personagem consegue dividir o protagonismo com o badalado Jimmy de forma louvável: Mike Ehrmantraut vem conseguindo agradar muitos telespectadores e a crítica, assim rendendo uma indicação ao Ammy de melhor ator coadjuvante para Jonathan Banks.

Mike tem um jeito muito diferente de outros personagens badalados de Breaking Bad. Inserido na terceira temporada, ele apareceu primeiramente como um mero homem de confiança de Gus Fring, dono de um grande império de drogas, para justamente ficar de babá do problemático Jesse Pinkman que ameaçava constantemente a segurança dos projetos de seu chefe.  Mike já havia dado o conselho de mata-lo a Walter White que trabalhava também para Gus cozinhando Metanfetamina. Com o tempo o personagem interpretado por Banks e Jesse Pinkman desenvolveram um tipo de simpatia mútua, daquelas entre uma pessoa mais velha e equilibrada aconselhando um jovem em crise. Se não pode ter sido considerado um pai para Jesse, no mínimo foi um tutor, que com o tempo conseguiu trazer um pouco mais equilíbrio a vida do jovem e colocar um pouco de Juízo em sua cabeça.

A partir daí, o seu grande problema e de seu chefe foram Walter, que constantemente desobedecia Gus, e começava a fazer frente as suas decisões. Não faltou atrito entre os dois durante o decorrer da série. Mike chegou perto de matar Walter inúmeras vezes apontando a arma para sua cabeça, porém o astuto Heisenberg sempre se livrava na hora H, às vezes com uma carta na manga, às vezes por intervenção de Pinkman. Na verdade, além dos problemas trazidos ao negócio das drogas, ele nunca suportou Walter, todas as frases de efeito e ações incríveis que tanto fizeram sucesso com os fãs da série nunca foram vistas com bom agrado por Mike que o achava nada mais que um cara falastrão e explosivo, perfil muito diferente do seu, que prezava pela segurança e calma na hora de calcular suas ações. Banhado a ironia do destino, Walter White atirou nele logo depois de uma discussão que tiveram. O explosivo e falastrão Heisenberg ainda tentou se desculpar, e prestes a morrer, olhando para um rio, nosso amado personagem compartilhou suas últimas palavras:

-- “Cale a porra da boca, e me deixe morrer em paz”.

Seu personagem fez sucesso na série, fazendo com que fosse escalado para uma pré-sequência em Better Call Saul. Quase monossilábico e com cara de poucos amigos, Mike vive o papel de um ex policial de Filadélfia que vai para Albuquerque depois de assassinar dois policiais envolvidos na morte de seu filho. Primeiramente, ele vai com a intenção de ficar perto de sua neta e sua nora e, acaba arrumando emprego como guarda de estacionamento de um tribunal, onde conhece o falastrão Jimmy McGill, que sempre atrapalhado tem problemas para arrumar o número de bilhetes certos para sair sem pagar, e acaba sempre querendo leva-lo na malandragem sem sucesso. Esse foi o primeiro contato dos dois. Logo depois trabalharam em conjuntos mais vezes, ora utilizando sua experiência como policial para ajudar Jimmy em alguma enrascada que o próprio se encontra, ora quando Mike precisa de um advogado que não preze muito pela moralidade.

Na nova série, a paciência de nosso querido personagem é testada inúmeras vezes lidando com situações sempre inusitadas, seja fazendo a segurança de Price, contrabandista sem muita noção da realidade, ou trabalhos em conjunto com Nacho, astuto traficante de drogas. Em ambos os casos, ele insiste em frisar o seu lema (“Se você fez um acordo com alguém, é seu dever cumprir”) sempre que indagado sobre a maneira como se comporta durante a execução de suas atividades, onde procura esclarecer a todos os envolvidos que não irá tirar vantagem de alguma situação que lhe pareça favorável, deixando bem claro ser irredutível com aqueles que não seguirem a mesma linha ou tentarem passa-lo para trás. 

No final das contas, Mike se destaca essencialmente por sua indiferença ao mundo. Apenas o cumprimento do trabalho que lhe foi designado parece preocupa-lo de alguma maneira. Na volta de seu trabalho, chega em casa, assiste TV e bebe uma cerveja, dia após dia, sem reclamar, parecendo não querer nada mais que isso. Isso ocorria até mesmo quando trabalhava para Gus ou na sua sociedade com Heisenberg e Pinkman, algo que lhe rendia uma grande quantidade de dinheiro. Ao interagir com pessoas, seus olhares para cima no meio de uma conversa, constantes irritações e respostas curtas deixam a clara sensação que carisma não enche os olhos desse policial aposentado. A única exceção é com sua neta, com quem tem uma relação extremamente carinhosa, aparentando ser a única a mexer com seu coração e ter maior importância em sua vida cinza que parece bem agradável aos seus olhos. 


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Tony Depakote - sou um dos integrantes do blog Luiz,Camarão e Ação. Sou caracterizado por passar grande parte de meu tempo deitado numa cama infantil, que mais parece um berço, assistindo séries e filmes para passar o dia. Fui diagnosticado com bipolaridade, me considero um pouco antissocial, e com respingos de misantropia. A vida adulta e seus atrativos não parecem mexer em nada com este Peter Pan, que agora esta se arriscando em escrever seus pensamentos, e opiniões para esse blog.
Luiz, camarão e ação. Web Developer

segunda-feira, 11 de abril de 2016

[Crítica] Art Ops | Vertigo




E se as artes fossem vivas?

 É com esse pressuposto que o enredo de Art Ops é construído.  Lançado no final de 2015 e criado por Shaun Simon e Michael Allred, Art Ops conta a história de uma organização que possuí a missão de proteger, se utilizando de estranhíssimas tecnologias, as obras de arte que nessa HQ são vivas e são personagens.

A história se inicia com a extração de Mona Lisa de seu quadro, no Louvre. Sim.  A Mona Lisa, ou melhor, Lisa é retirada de sua tela em uma empreitada que tem como objetivo  protegê-la de uma ameaça que atinge o mundo das artes.  A partir disso, a narrativa avança dois anos e começa a apresentar um dos personagens centrais: Reggie, um jovem rebelde traumatizado pela negligencia de sua mãe durante sua infância. Ele, ao sair de casa para comprar drogas, é atacado por um grafite que ganha forma e arranca seu braço quase o matando. É nesse momento que ele é salvo por sua mãe, Regina,  e seu braço é recuperado com uma mescla de tintas extravagantes e coloridas que fazem crescer uma espécie de braço mágico no lugar.  Após uma confraternização da organização, todos os agentes, incluindo, Regina, desaparecem e Reggie, conforme definido por sua mãe, deve ser a pessoa responsável por assumir os rumos da Organização.  É a partir daí que a história se aprofunda, mas melhor parar para evitar spoilers que possam desestimular a leitura de possíveis interessados.

Além disso, temos a narrativa da história contada em duas diferentes épocas: A mais recente, com o personagem Reggie tendo que assumir a liderança da organização e enfrentando os dilemas dessa situação e a segunda narrativa centra no passado da organização sob a liderança de sua mãe, Regina. A narrativa em comum das duas épocas torna a história mais estruturada, aprofundando as motivações dos personagens, complexificando a ideia da Organização e explorando a complexidade e esquisitice do tema. Em resumo, apesar da existência de diálogos extremamente longos e, em partes, descartáveis, a narrativa é complexa, metafórica e flui bem, fugindo de uma superficialidade típica de muitas HQs.

Os dois personagens centrais são extremamente bem construídos: Regina, centrada, madura, abriu mão de seu filho para se dedicar à organização e seu filho, Reggie, rebelde, pouco comprometido e traumatizado pelo abandono materno que sofreu na infância e pouco interessado na defesa da arte. Os dois personagens, mãe e filho, são extremos opostos, mas que devem lidar com o mesmo destino:  Liderar a organização e proteger o mundo das artes. Os diálogos internos dos personagens são complexos e refletem toda a inquietude desses indivíduos com suas frustrações e com o mundo que os cerca. Para equilibrar as rebeldias de Reggie ainda temos “The body”, um personagem extraído de uma revista de quadrinhos que atua como agente da Art Operatives e, principalmente, como mentor do novo líder da Organização.

A arte da HQ é um espetáculo a parte. O esquisitismo beira a genialidade.  O contraste entre o colorido dos personagens e a retratação mais escura de Nova York torna cada desenho uma obra de arte. O foco na mescla de uma pop art com elementos punks é mais um dos inúmeros acertos na elaboração artística e colorização. Todos esses fatores juntos contribuem para passar a sensação de um ambiente criativo e psicodélico.

Tendo isso em mente a originalidade de Art Ops não é sua única qualidade. Um roteiro divertido, personagens carismáticos, uma arte criativa e de extrema sensibilidade estética junto a uma gama de possibilidades e mistérios em aberto marcam essas seis primeiras edições de Art Ops. Com total certeza, vale a pena se aventurar nessa grande experiência inusitada. Fica aqui a sugestão de uma leitura envolvente, fluída e tão esquisita quanto genial.

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Edworld Adventure - Sou um dos integrantes desse blog de nome excêntrico e até um pouco sem graça. Diferente dos outros colunistas, vulgo meus amigos, sou o único que possuo vida para além dos limites de meu sofá. Apaixonado por Star Wars, teatro e cinema, sou estudante de História. Assim como o restante, os atrativos de uma vida adulta me parecem muito chatos. Resumo minha existência em uma frase: "I could have been a contender instead of a bum, which is what I am - Let´s face it" 
Luiz, camarão e ação. Web Developer

domingo, 10 de abril de 2016

Friends vs How I Met Your Mother - Guerra Civil.




Essa é uma das grandes polêmicas do mundo das séries.  Há quem diga que How  I Met Your Mother  é uma imitação barata de Friends, há quem diga que na verdade é um versão melhorada de Friends e há pessoas como o querido autor desse texto que pensa que por mais que as séries tenham aspectos parecidos (o que abordaremos mais tarde), uma não é cópia da outra e que HIMTM é mais engraçado e mais interessante.

Não me entenda mal, não estou aqui para criticar sua querida série que passa na Warner na hora do almoço, Friends é uma série muito boa, engraçada, eu mesmo vejo até hoje nas horas vagas que normalmente coincidem com minhas refeições.  O problema é que considero essa série uma “comédia romântica”, eu sei que isso é uma categoria para filmes, mas analisa comigo, a maioria das histórias ao decorrer das temporadas gira em torno dos relacionamentos dos personagens, das decepções amorosas e das intermináveis idas e vindas de Rachel e Ross.

Enquanto isso, HIMYM têm um viés mais cômico e, na maioria das vezes, existe uma história por trás dos episódios que faz com que cada um deles seja único. A série se diferencia por apresentar diferentes ambientes onde as histórias ocorrem, há também flashbacks hilários da época em que Marshall e Ted eram da universidade, em síntese, How I Met Your Mother investe bastante numa narrativa coesa que se constrói de forma não linear, diferente de Friends que pouco investe em uma narrativa. Além disso, e é claro, temos Barney Stinson que eleva em muito o nível da série.

Com suas manias, ideologias, estilo e charme, Barney se tornou o personagem central da série e suas histórias são as mais hilárias e interessantes. Vale ressaltar que seu espaço é conquistado ao longo das temporadas tendo em vista que o foco central da série está no Ted e como ele conheceu a mãe de seus filhos.

Comparando as duas séries, dentre inúmeras  semelhanças, citamos algumas:

1) As duas séries são sobre um grupo de amigos de Nova York e suas aventuras.
2) O personagem principal é bobo e tem problemas de relacionamento.
3) Barney e Chandler têm trabalhos que todos os integrantes da série desconhecem.
4) Barney é o solteirão da série e Joey também.
5) Ted e Ross são professores universitários.
6) Barney e Phoebe desconhecem quem são seus pais.


Em geral, o ponto que mais me chama atenção são os personagens Ted e Ross, suas inseguranças, desejos e o desenrolar de suas respectivas histórias de amor são incrivelmente semelhantes, os dois sofrem com um amor platônico e conhecem suas respectivas amadas no primeiro episódio da série.  A diferença é que no desenrolar da história, enxergamos que Rachel e Ross são apaixonados um pelo outro, os momentos que eles se separam são porque alguém faz alguma burrada que magoa o outro, mas no fim eles terminam juntos. O relacionamento de Ted e Robin dura pouco tempo, eles acabam se separando depois das primeiras temporadas e Ted passa boa parte da série sofrendo e sonhando com a possibilidade de uma volta, no fim das contas, a série dá a entender que eles vão voltar.

Apesar das semelhanças, que acabam gerando toda a polêmica, as duas séries são boas e se você ainda não nenhuma delas, veja!! As duas séries já terminaram, mas como eu já havia dito você pode acompanhar Friends na Warner e How I Met Your Mother no canal Sony. As duas séries também estão disponíveis no Netflix.  Acredite, realmente vale à pena conhecer, e acompanhar essas duas histórias que fizeram extremo sucesso na televisão norte-americana.


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Sherminator -  Sou um estudante de Educação Física e faço bicos de príncipe em festas infantis. Almejo no futuro ser um belo e bem sucedido professor . Tenho uma namorada (que não pode saber desse meu apelido) e gasto 90% do meu tempo  com ela indo ao cinema e vendo séries seja juntos, ou pelo Skype.
Luiz, camarão e ação. Web Developer

quinta-feira, 7 de abril de 2016

9 pontos para se observar no novo trailer de Rogue One




Hoje, 07 de Abril, tivemos a divulgação do primeiro teaser trailer de Rogue One: A Star Wars Story. Dirigido por Gareth Edwards (Godzilla), Rogue One é a primeira tentativa em expandir o universo de Star Wars no cinema. Para isso, o enredo retorna aproximadamente 40 anos no passado (em comparação à Star VII) para contar a história por trás do roubo dos planos da Estrela da Morte.

Esse primeiro trailer foca na personagem de Felicity Jones, Jyn Erso. Ela é aparentemente uma órfã – sozinha desde os 15 anos – e para sobreviver, possivelmente, realizava roubos e falsificava documentos imperiais. Seriam essas as credenciais da personagem para participar da missão ou teríamos algo a mais?

Além disso, podemos observar mais alguns personagens: Diego Luna vive um possível líder do esquadrão (aparenta ser um dos principais personagens do esquadrão junto com Jyn Erso) ; Ben Mendelsohn aparenta ser um oficial imperial de alta patente (Algo próximo do Gran Moff Tarkin?); Jiang Wen tem sua aparição em uma batalha fugindo dos tiros de AT-ATs; Donnie Yen aparece combatendo stormtroopes com seu bastão; Forest Whitaker surge de maneira enigmática mas aparenta ser um cyborg com extrema experiência de vida e em combates  e, ao final do trailer, deixa uma importante pergunta no ar – algo que será falado mais para frente. Se o teaser trailer nos dá alguma luz sobre esses personagens, coloca ainda mais dúvidas e enigmas sobre que personagem Madds Mikkelnsen irá interpretar. Nenhum sinal dele no trailer.


Feito isso, selecionamos alguns pontos para observarmos no trailer: 


1 - SIM, TEMOS MON MOTHMA e mais ainda, temos a tradicional tela tática que aparece em toda base rebelde. 


2 - As narrativas de Jyn Erso e da rebelião parecem se entrelaçar quando a personagem interpretada por Felicity Jones é feita de prisioneira. Além disso, ainda nessa cena, podemos perceber que a estética se assemelha muito à uma visão por dentro da base de Yavin. Fica aqui meu chute sobre onde é essa base rebelde. 


3 - Ben Mendelsohn interpretando um oficial imperial badass de alta patente. Seria ele o grande vilão do filme?! Aparentemente, se for considerado o Universo Expandido, o personagem é um Grande Almirante. Além disso, podemos perceber uma referência estética ao Almirante Thrawn


4 - Novos soldados Imperiais e o visual oldschool. Vale ressaltar que o visual desse novo trooper lembra muito um conceito não utilizado de McQuarrie para o Darth Vader. Além disso, onde ocorre essas segunda cena? A estética remete, obviamente, a uma estrutura Imperial. 




5 - Que cidade seria essa? A estrutura do mercado lembra muito o porto espacial de Mos Easley. Além disso, podemos perceber a existência dos tradicionais irrigadores no fundo da cena. Para quem não sabe, em planetas desérticos, os irrigadores são essenciais para dar umidade ao ar.  Será que voltaríamos a Tattoine nesse filme? Espero que não. Chega de Tattoine !





6 - Quem seria essa figura encapuzada? A presença da Guarda Imperial indica a presença do imperador. Seria Darth Vader? Improvável. Personagem de Mads Mikelson? Talvez.  O Imperador se dirigindo para essa estrutura? Minha aposta. Se formos considerar a possibilidade de realmente ser válida no canône oficial a "Regra de Dois", só teríamos o Imperador e o Vader como Sith´s. No entanto, será que com a construção do Snoke como vilão da nova trilogia, essa regra seria ignorada para dar complexidade para o personagem? Nesse sentido, poderia essa cena ter alguma ligação com Snoke?



7 - A estética do filme está claramente mais sombria. Nessa cena envolvendo o "Almirante", podemos perceber corpos caídos algo pouco visto em Star Wars. 



8 - O aviso dado à Jyn Erso, vestida de soldado imperial,  pelo personagem de Forest Whitaker. O que isso indicaria? Seria Erso sensível à força e poderia estar na eterna tensão entre o lado negro e a luz? Levando em conta essa hipótese, saberia o personagem de Whitaker sobre os Jedi´s? São hipóteses que certamente serão pensadas mas acredito que seja apenas um aviso de um veterano de batalha para uma rebelde ainda inexperiente. PS: NESSA CENA TEMOS A MARCHA IMPERIAL E A RESPIRAÇÃO DO VADER.



9 - Apesar de ainda estar em construção, aparentemente no final, temos uma estrela da morte assustadora e com uma estética bem imponente retratando todo o termo que deveria causar.



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Edworld Adventure - Sou um dos integrantes desse blog de nome excêntrico e até um pouco sem graça. Diferente dos outros colunistas, vulgo meus amigos, sou o único que possuo vida para além dos limites de meu sofá. Apaixonado por Star Wars, teatro e cinema, sou estudante de História. Assim como o restante, os atrativos de uma vida adulta me parecem muito chatos. Resumo minha existência em uma frase: "I could have been a contender instead of a bum, which is what I am - Let´s face it" 
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quarta-feira, 6 de abril de 2016

O Retorno de Ashton Kutcher em The Ranch




Na ultima sexta-feira 1º de Abril, entrou em catálogo pela distribuidora Netflix a metade dos 20 episódios da primeira temporada de sua nova série de produção original intitulada “The Ranch”. Trazendo como o grande protagonista nada mais, nada menos que o consagrado Ashton Kutcher para viver Colt Bennet, jogador de futebol americano de ligas amadoras que retorna para o rancho de sua família depois de 15 anos.

Vale lembrar que sua ultima participação em uma série foi justamente em “two and a half men” onde interpretou o milionário empresário Walden Schmitd. Kutcher se juntou a série, que já era uma grande franquia para justamente substituir o irreverente e aclamado Charlie Sheen, logo após a sua demissão por atritos com o diretor e criador do programa. Inicialmente até causou uma boa primeira impressão devido ao pico de audiência dos primeiros episódios, porém pouco durou, episódio após episódio a audiência despencou, levando ao seu cancelamento 4 anos após sua estreia abaixo de críticas. Deixando uma avaliação negativa quanto a sua participação no programa.

Nessa tentativa de redenção, Kutcher retoma sua parceria com Danny Masterson, receita que deu muito certo interpretando os amigos Michael Kelson e Steven Hyde no programa  “That 70´s show” de grande audiência entre os anos de 1998 e 2006 que foi ao ar pela emissora FOX. Masterson é o cômico Jamasson,seu irmão que nunca saiu de sua cidade natal no Colorado e ajuda seu pai com os afazeres do rancho.

O enredo desta série de comédia gira em torno da volta de Colt Bannet(Ashton Kutsher), jogador de futebol americano de ligas amadoras, para o rancho de sua família no Colorado por não ter conseguido concretizar seu grande sonho de se tornar um jogador profissional e se ver em uma idade já avançada. Ele opta por voltar a morar com seu irmão (Danny Masterson) e seu pai Beau (Sam Elliot) e ajudar a cuidar do rancho que está passando por maus bocados ultimamente, devido a uma enorme seca que atinge toda região.

Os episódios duram em média 30 minutos, e os atrativos ficam por conta da sua relação ríspida com seu pai, um autentico morador de área rural do interior dos EUA, que não deixa de pegar no pé de Colt em um mísero instante, e Jamasson  sempre fazendo um comentário irônico no meio dessas discussões. Outros personagens de grande relevância são : Sua mãe Maggie (Debra Winger) que mantém uma relação nada convencional com seu pai, e sua ex namorada Abby (Elisha Cuthbert) por quem ainda carrega sentimentos mesmo depois de tanto tempo.


O programa no geral tem todos os atrativos necessários para obter um resultado positivo e ser marcado pela redenção de Kutcher logo após o seu retorno, porém a única duvida fica por grande parte dos comentários da série abordarem temas voltados para a cultura norte-americana, piadas com ex-presidentes e jogadores de futebol americano são corriqueiras, deixando no ar um certo questionamento do quão prejudicial pode ser para a série cair nas graças logo de cara pelo público brasileiro.


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Tony Depakote - sou um dos integrantes do blog Luiz,Camarão e Ação. Sou caracterizado por passar grande parte de meu tempo deitado numa cama infantil, que mais parece um berço, assistindo séries e filmes para passar o dia. Fui diagnosticado com bipolaridade, me considero um pouco antissocial, e com respingos de misantropia. A vida adulta e seus atrativos não parecem mexer em nada com este Peter Pan, que agora esta se arriscando em escrever seus pensamentos, e opiniões para esse blog.
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Teaser de Star Wars: Rogue One será revelado amanhã !




Conforme anunciado pelo canal oficial de Star Wars, amanhã ( 07/04) teremos as primeiras percepções sobre o novo filme da grande saga iniciada por George Lucas. Confiram abaixo o preview do Teaser que será divulgado no programa da ABC, Good Morning America.



Luiz, camarão e ação. Web Developer

terça-feira, 5 de abril de 2016

Três HQs de Alan Moore que talvez você não conheça, mas deveria !!





 Recentemente, a DC anunciou o primeiro teaser da animação Batman: The Killing Joke (1988).  Muitas pessoas ficaram animadas com o que viram e foram atrás de mais informações sobre a HQ escrita por Alan Moore em parceria com Brian Bolland. Nessa história, Alan Moore revisita a origem de Coringa, aprofundando o personagem e suas motivações, trazendo, inclusive, aspectos marcantes de sua vida familiar (Miséria, gravidez de sua esposa) que fazem um frustrado comediante entrar no mundo do crime.  Tendo como um dos pontos centrais de seus argumentos a ideia de que basta um dia ruim para levar uma pessoa sã à loucura, a história se desenrola com total primor. Sem dúvidas, essa história marcou Alan Moore e o colocou ainda mais sob os holofotes, e no atual hype de Batman, não tenho dúvidas que essa história será muito lida e relida.

Para além de Batman: The Killing Joke, Alan Moore é um dos maiores escritores de quadrinhos de todos os tempos. Sua obra é extremamente extensa, tendo idealizado HQs extremamente consagradas e famosas como, por exemplo,  Watchmen (1986-1987) e V de Vingança (1982-1985), que retratam um cenário distópico, marca característica dessa fase de sua carreira. Tendo isso em mente, será apresentada uma série de indicações de obras de Alan Moore para que o leitor possa se aprofundar nos universos criados pelo escritor britânico. Nessa postagem, iremos indicar três obras menos conhecidas do público brasileiro, mas que possuem profundidades e qualidades inquestionáveis. São elas:



1 – Promethea (1999 - 2005)
Trabalhando temas como magia, misticismo e filosofia, Promethea conta a história de Sophie Bangs, uma estudante de uma Nova York medonha, que descobre ser a hospedeira de Promothea, divindade presente em diversas religiões e tempos (Desde o Egito antigo até o final do século XX) cujo objetivo é trazer o Apocalipse.

Sua profundidade filosófica bem como o desenvolvimento de uma mitologia e simbologia prórpia agrada até o mais exigente dos leitores. Não é incomum observarmos críticas ao materialismo e superficialidade de nossa sociedade. No entanto, Promethea tem uma narrativa complexa e cheia de conceitos implícitos e de ambiguidades, o que exige um olhar apurado e bastante atenção.  Não existe por parte de Alan Moore a tentativa de simplificar a história. A complexidade e os símbolos são bem visto até como forma de aprofundar a história e desenvolver melhor o enredo.



2 – Do Inferno (1991 – 1996)
Essa imensa graphic Novel (572 páginas) escrita por Alan Moore em parceria com Eddie Campbell apresenta a história de Jack, The Ripper tendo como ponto de vista as motivações e tramas do próprio assassino, inserindo os crimes em uma possível grande conspiração envolvendo figuras históricas importantes de Londres do final do século XIX. Além disso, por vezes, a perspectiva de Abberline, detetive responsável pelo caso, é colocada no plano central.

O grande diferencial dessa obra é a pesquisa histórica realizada pelo escritor – presente no apêndice da edição. A partir dessa pesquisa, Alan Moore apresentou o cotidiano da era vitoriana com extrema precisão e verossimilhança.  O mesmo vale para as ilustrações de Eddie Campbell apresentando com realismo e precisão histórica as ruas e monumentos de Londres.  A miséria e a magnitude de uma cidade em crescimento desenfreado fazem parte da história. Londres, mais precisamente Whitechapel, é um personagem que se desenvolve conforme as teias das diferentes histórias se entrelaçam.

A referida obra não se destaca pelos fatos fundamentais da história ou pelas reviravoltas que ditam o ritmo da obra, mas sim pela capacidade de desenvolvimento dos personagens e da história que passam longe do superficialismo padrão das HQs de hoje em dia. Portanto, ler Do Inferno é um exercício que exige atenção para não se perder nas complexas histórias e relações sociais que Moore nos apresenta.

3 – A balada de Halo Jones (1984)
Escrito em pequenas edições de 4-5 páginas (e por isso tendo um ritmo um pouco estranho), a balada de Halo Jones é uma obra não concluída (apenas três dos noves livros foram publicados. A história se passa no século 50 na colônia de Aro,  uma grande cidade sobre o oceano que abriga excluídos sociais e classes tidas como perigosas. Nesse ambiente distópico, essas “classes perigosas”  sofrem a todo momento com uma vigilância e violência constante.  A história, melhor dizendo, a balada começa com a fuga de Halo Jones para bem longe de Aro.

O grande destaque da obra é a capacidade de desenvolvimento desse cenário futurista por Alan Moore.  Mesmo tendo pouco espaço, o universo e o ambiente no qual se passa as aventuras de Halo Jones apresentam profundidade e complexidade. Não à toa, essa obra é recheada de referências e críticas à sociedade em que Alan Moore vivia, desde a lógica da vigilância excessiva até críticas ao machismo. Vale ressaltar que Halo Jones é uma personagem feminina cuja história em nenhum momento é satélite de tramas envolvendo personagens masculinos.

Destaco também a interessante narrativa apresentada pelo escritor e os ganchos criados pelo autor para unir uma história à outra e manter o interesse do leitor mesmo com o ritmo prejudicado pro se tratar de pequenas publicações.  Além disso, outro grande ponto positivo é a construção da personagem: Inicialmente uma garota comum que vai amadurecendo e evoluindo junto ao universo da HQ.


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Edworld Adventure - Sou um dos integrantes desse blog de nome excêntrico e até um pouco sem graça. Diferente dos outros colunistas, vulgo meus amigos, sou o único que possuo vida para além dos limites de meu sofá. Apaixonado por Star Wars, teatro e cinema, sou estudante de História. Assim como o restante, os atrativos de uma vida adulta me parecem muito chatos. Resumo minha existência em uma frase: "I could have been a contender instead of a bum, which is what I am - Let´s face it" 
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segunda-feira, 4 de abril de 2016

The Division pelos olhos do menino que sofre de Hype.





The Division teve começo de produção em 2008 e prometia um shooter em terceira pessoa que englobava aspectos de role playing em seu mundo aberto. O que recebemos chega a ser melhor do que o esperado. A hype começou mesmo em 2013, na apresentação oficial, quando fomos estapeados pelos produtores com aquele “simples” fechar de porta. Por se tratar de um shooter com elementos de RPG, muitas pessoas ficaram com a pulga atrás da orelha por acreditar que os dois não se misturam, como água e óleo, e a partir desse momento fomos surpreendidos com diversos problemas e atrasos no lançamento.  Finalmente chegamos a 2016 e o que recebemos? Não só tudo o que foi prometido, mas adicionado a isso também o formato looter, aonde a procura pelo melhor set e melhores armas é uma busca constante.

 Os aspectos de RPG são executados de maneira belíssima. Por ser um shooter, a falta ou abastança de mira dos jogadores tem que entrar no planejamento já que a contagem de dano é completamente alterada por esse fator. Por isso os inimigos possuem "coletes", classes de dificuldade e habilidades, que os possibilitam aguentar mais tiros, assim diferenciando bastante do shooter convencional em que sua habilidade de acertar seus tiros é o ponto de definição entre a sua morte ou a do inimigo. Ou seja, mesmo com muita pressão sobre seus ombros e com toda a dificuldade que o processo pode trazer, os produtores conseguiram dar vida a um estilo muito temido (que poderia ter levado o jogo ao fracasso).

O jogo então começa em Manhattan, onde você e outros agentes da organização The Division devem recuperar a esperança dos sobreviventes e procurar a cura para a doença (resultado de uma arma química introduzida em cédulas de dólar, com o único propósito de matar quem entrasse em contato com elas) que dizimou grande parte da população da cidade. Além disso, os jogadores precisam lidar com quatro facções criminosas:   Rioters, habitantes que começaram a roubar e atacar outros para se manterem vivos;  Cleaners, um grupo defensor da queima dos infectados tendo como objetivo erradicar a doença; Rikers, prisioneiros que aproveitaram os acontecimentos para escapar e fazer o que bem entendem; Last Man Battalion, um tipo de exército mercenário contratado nos estágios inicias da doença para proteger os interesses de Wall Street, que é deixado para trás quando a situação piora. Com todo esse cenário posto, o jogador ainda tem que completar as missões e encontros para reconstruir a base de operações, lidando com esses grupos e, ao mesmo tempo, tentando acalmar a população.   

Com a apresentação dos diferentes tipos de tarefa espalhadas pelo mapa, é fácil compreender que as sidemissions e encontros se transformam em afazeres repetitivos, que, para falar a verdade, me deixaram diversas vezes frustrado por não apresentar a diversidade necessária para me fazer ter vontade de realizá-las. No entanto, as missões da historia recebem a maior atenção e elaboração. Com  mapas bem desenvolvidos, que utilizam todo o espaço disponível, objetos bem posicionados e ondas inimigas bem pensadas, essas missões saltam aos olhos de quem esta segurando o controle. Ao fim de toda missão, lhe são entregues filmagens de segurança, arquivos de pesquisa e gravações de áudio que relatam a violência e a loucura por parte das facções, com vídeos visualmente perturbadores, áudios extremamente emocionantes e arquivos esclarecedores que contribuem de maneira genial para incrementar o enriquecimento do lore, que, mesmo não sendo o foco principal, não fica para trás em momento algum.

Completadas as missões, seu foco se vira para os equipamentos com os quais você é constantemente bombardeado, o que as vezes me deixou meio perdido (é equipamento pá porra!!!!!), mas que se mostram de grande valor pois a troca de um item pode mudar uma morte certa para uma dominação de Manhattan. O sistema de itens mostra seu diferencial na variedade e possibilidade de estar sempre melhorando seu personagem. A partir do level 10 as portas da Dark zone, área PvP e PvE, se abrem e as opções de equipamentos só crescem. Para dominar esse segundo mundo do universo The Division, o jogador tem a opção de se juntar com outros agentes e acabar com a IA ou se tornar rogue (um status atribuído a você quando mata outro jogador, te deixando visível para todos no mapa) tendo como objetivo loot ou até mesmo por pura diversão. No momento se tornar rogue traz consigo muitos pontos negativos e diversos jogadores argumentam que as recompensas, na maioria das vezes, não valem a pena, porém a possibilidade de roubar os itens dos outros jogadores soa no mínimo tentadora.

The Division traz para o jogador um produto completo, com pequenas falhas em pontos importantes, o que deixa a dúvida se esse é mesmo o tipo de jogo pelo qual vale a pena esperar por três anos. Sua historia envolvente, com uma introdução de conteúdo sutil, torna a experiência ótima. Porém a repetitividade das sidemissions e a falta de balanceamento no modo online pesam na hora de uma avaliação. Além disso,  o risco para quem está disposto a utilizar o modo rogue é alto demais, tornando frustrante algo que deveria ser prazeroso. Finalmente a ideia que retorna a meu ser, sobre o que o jogo me proporcionou, é a de uma aventura cheia de detalhes, mapas bem pensados e a possibilidade de viver um modo PvP não tão gratificante. Por isso, minha nota para o jogo é (TAN TAN TAN TAAAAN) 8.0.            


Escrito por:

Gabriel "Chimichanga Slayer" Azevedo: Sou um dos integrantes desse blog, no caso o menos letrado, e o membro que mais preenche sua vida com jogos e outros vícios eletrônicos. Após diversas epifanias sobre o que fazer com minha vida, venho aqui depois da última e mais esclarecedora delas para trazer a vocês a opinião de um tatuado compulsivo (aka eu) que gasta maior parte do seu tempo criando hype para jogos falidos.
Luiz, camarão e ação. Web Developer